O valor do mercado ilícito de eletrônicos chegou a R$ 1,21 bilhão no estado de São Paulo em 2016. O número representa 12,66% do setor, de acordo com o Anuário de Mercados Ilícitos Transnacionais 2017 divulgado nesta quinta-feira, dia 7, pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Os produtos considerados são físicos: componentes de informática, como monitores e invólucros de CPU, e dispositivos eletrônicos, como webcams, celulares, televisores, CD e DVD players, fones de ouvido, adaptadores de USB, entre outros. O índice não inclui cibercrime, como sequestros digitais feitos pelo celular.
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Mercados ilícitos transnacionais são formados pela venda de produtos e serviços proibidos, como narcóticos, pelo comércio irregular de commodities e pela venda de mercadorias roubadas ou sem o devido pagamento de impostos. O levantamento mostra que, no setor de eletrônicos, R$ 272,1 milhões deixaram de ser gerados em renda aos trabalhadores formais. Com esse dinheiro, 9.886 empregos poderiam ser criados. Segundo a Fiesp, a ilegalidade deixou de gerar R$ 424,53 milhões em impostos, o que poderia financiar 167 escolas. A taxa de transnacionalidade – a proporção de ilícitos transnacionais em relação ao total de ilícitos – chegou a 72,67%. O roubo e o furto de celulares aumentaram 30,3%.
O período analisado é de setembro de 2015 a setembro de 2016. A metodologia para o cálculo inclui a demanda lícita e ilícita pelos produtos. A primeira é calculada por dados de produção e de valor de produção declarados por associações industriais ou pelo IBGE. São incluídos postos de trabalho e a renda de salários por produtos com base nas declações da mesma origem. Já a demanda ilícita é calculada por dados da produção ilegal interna, dada pelo total de roubos e furtos de cargas e veículos estimados por segmento e transformado em valores (tendo por base o que foi declarado pelas vítimas ou pelo valor equivalente no mercado legal). Já a taxa de transnacionalidade do setor (o valor da produção ilícita externa) é calculada por estimativas com base em valores apreendidos pela Receita Federal.
A expectativa da Fiesp é que os nove mercados ilícitos da indústria (alimentos e bebidas, automotivos, brinquedos, eletrônicos, higiene, medicamentos, químicos, tabaco e vestuário) cresceram pelo menos 14,38% e movimentaram R$ 15,16 bilhões no Estado. Com isso, cerca de R$ 3,61 bilhões de impostos deixaram de ser recolhidos.
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