A Comissão Eleitoral do Chile divulgou uma parcial da apuração dos votos nas eleições deste domingo (19) no Chile: com 6,44% das urnas apuradas Sebastián Piñera aparece com 36% dos votos e Guillier, 22,62%.
As pesquisas eleitorais apontavam que o ex-presidente Piñera é o favorito a vencer esta eleição, mas há a possibilidade de um segundo turno.
Veja resultado parcial com 6,44% das urnas apuradas:
- Sebastián Piñera - 36%
- Alejandro Guillier - 22,62%.
- Beatriz Sanchez - 20,78%
- José Antonio Kasr - 8,12%
- Carolina Goic - 5,94%
- Marco Enriquez-Ominami - 5,42%
- Eduardo Artes Brichetti - 0,53%
- Alejandro Navarro - 0,46%
De acordo com a última pesquisa eleitoral do Centro de Estudos Públicos do Chile, Piñera aparece com 44,4% das intenções de voto, seguido pelo senador governista Alejandro Guillier, candidato da coalizão governamental Nueva Mayoría, com 19,7% das preferências.
Os locais para a contagem de votos são públicos, de acordo com a agência EFE. O presidente de cada mesa dita os resultados em voz alta e na presença de representantes dos partidos, que podem contestar votos se acharem necessário. As eleições de hoje são as primeiras regidas por um novo sistema eleitoral proporcional que substitui o binominal, vigente desde a recuperação da democracia em 1990.
Os chilenos foram às urnas para escolher o substituto de Michelle Bachelet na presidência. Ainda de acordo com a EFE, o clima de tranquilidade durante a votação foi afetado nas primeiras horas do dia pela queima de dois ônibus, um em Santiago e outro na região da Araucanía, onde também foram incendiados um galpão e um trator e estradas foram bloqueadas com árvores previamente derrubadas que depois foram queimadas, segundo informou o subsecretário do Interior, Mahmoud Aleuy.
O candidato Piñera teve a sede de seu comitê eleitoral ocupada neste domingo por um grupo de jovens de extrema-esquerda que posteriormente foram retirados e detidos pela polícia.
Cerca de 14,3 milhões de chilenos estão aptos a votar nestas eleições, em que também estão em jogo cargos para senadores, deputados e conselhos regionais. O voto não é obrigatório no país.
Nos últimos anos, casos de financiamento irregular na direita e na esquerda minaram a confiança dos chilenos na política. A situação piorou depois que a nora de Bachelet foi processada por um caso de corrupção.
Legado de Bachelet
O presidente que assumir em 11 de março o palácio de La Moneda receberá um país com uma economia em alta, impulsionada pelo aumento dos preços do cobre, depois de três anos de queda e que levou o principal produtor mundial do metal a um crescimento médio de 1,8% nos anos de governo Bachelet.
Segundo a Fundação Sol, uma ONG local especializada em estudar a desigualdade, o Chile é um dos países mais desiguais da região: 20% da população concentra 72% da riqueza do país.
A economia e o caso de corrupção que envolveu seu filho e sua nora no princípio do segundo mandato acabaram com a popularidade da presidente, a última representante de uma época dourada para as mulheres no poder na América Latina.
Além de aprovar a união civil, que beneficia casais gays, e o aborto terapêutico, Bachelet impulsionou durante seu governo um plano de reformas, entre elas a grande reforma da educação, que instalou um sistema progressivo de gratuidade no ensino superior. A lei que estabelece a gratuidade universal permanente ainda é discutida no Congresso.
O atual sistema previdenciário, herança da ditadura de Augusto Pinochet, também está em debate. O que rege hoje é um sistema de capitalização absolutamente individual que - quase quatro décadas após sua criação - fornece aposentadorias muito baixas aos aposentados.
Bachelet enviou ao Congresso um projeto de lei que, pela primeira vez, introduz uma contribuição de 5% das empresas. Desta forma, visa aumentar em 20% o montante da aposentadoria, que atualmente representam uma média de 241 mil pesos (cerca de US$ 380).