quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Deputado do PT pede prisão de ativista defensora de Moro após acusação

Deputado do PT pede prisão de ativista defensora de Moro após acusação

Amanda Zambelli gravou discussão que teve com o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS)Reprodução/Facebook

Amanda Zambelli gravou discussão que teve com o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS)


O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) mandou a Polícia Legislativa prender a ativista Carla Zambelli, nesta quinta-feira (30). Zambelli é uma das líderes do Movimento Nas Ruas. Os dois discutiram durante o depoimento do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran , na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS. Após ser levada para a delegacia do Senado, ela foi liberada, três horas mais tarde.


Em um vídeo registrado por Zambelli, é possível ver toda a confusão. No ínicio da tarde, durante o depoimento, ela abordou os parlamentares para questioná-los sobre críticas feitas ao juiz Sergio Moro na sessão. A Pimenta, é do PT , ela disse que ele “medo de Sergio Moro” e que “na hora que o senhor perder o foro privilegiado, o senhor vai encontrar com ele, viu? Vai ter um encontro bem gostoso com ele”, disse.


Pimenta respondeu, a mandando “ir trabalhar”. E ela retrucou: “Eu estou trabalhando, diferente de vocês que estão roubando.” Foi aí que Pimenta pediu que a Polícia Legislativa a encaminhasse para a delegacia do Senado, que fica no subsolo da Casa.


Veja o vídeo completo da discussão:




Carla prestou esclarecimentos aos policiais e foi liberada por volta das 16h. Ela explicou que que o deputado gaúcho não chegou a ir à Polícia Legislativa a fim de registrar a ocorrência por "crime à honra" nem dar sua versão dos fatos.


Em um vídeo publicado após o incidente, Zambelli disse ter se “sentido impotente” e que o deputado justificou o pedido com a fala “eu sou deputado, eu posso”. Ela falou também que quando Pimenta a mandou ir trabalhar, ele estava a “chamando de vagabunda”, para ela uma ofensa que seria tão grave quanto chamar alguém de ladrão.


Veja o vídeo completo abaixo:




Acusações contra Moro


Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI)  sobre a JBS, por meio de videoconferência,  o ex-consultor da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, declarou ter recebido o conselho de contratar um advogado "da panela de Curitiba" para que sua delação premiada, agora fracassada, fosse bem sucedida.


Ele, então, teria contratado um amigo e padrinho de casamento do juiz Sérgio Moro , o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior, para intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Lava Jato. Zucolotto teria pedido 5 milhões de dólares, a ser recebido por meio de caixa dois, em troca da redução da multa do acordo.


No depoimento, Duran também disse que a Odebrecht adulterou provas usadas na denúncia contra Michel Temer e que foi orientado a gravar conversas com executivos da empreiteira baiana pelo ex-procurador Marcelo Miller.