quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

STF retoma julgamento sobre poder de assembleias estaduais de revogar prisão

STF retoma julgamento sobre poder de assembleias estaduais de revogar prisão

STF retoma julgamento sobre imunidade de deputados estaduais do Rio de Janeiro nesta quintaNelson Jr./SCO/STF - 23.11.17

STF retoma julgamento sobre imunidade de deputados estaduais do Rio de Janeiro nesta quinta


Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) retomaram nesta quinta-feira (7) o julgamento sobre a validade da decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em revogar as prisões do presidente da Casa, Jorge Picciani, e dos deputados estaduais Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB. Outras três ações de estaduais são analisadas pelos ministro da Corte. Até agora, o placar da votação está 4 votos a 2, com a maioria defendendo que assembleias não podem revogar as medidas.  


A discussão teve início no STF na quarta-feira (6) com o voto do ministro Marco Aurélio, relator do tema. Para ele, os deputados estaduais devem ter as mesmas garantias de deputados federais e senadores, sendo presos apenas em flagrante de crime inafiançável e com anuência da Casa Legislativa, ou seja, indo para a cadeia apenas com autorização de seus pares.


Até agora, o único voto que seguiu o relator foi do ministro Alexandre de Moraes, que também concorda com a imunidade penal a deputados estaduais.  


O ministro Edson Fachin abriu divergência, votando contrário ao relator. Para o ministro, a prerrogativa garantida aos parlamentares federais não deve ser estendida aos estaduais, uma vez que não está expressamente prevista na Constituição. Já o Dias Toffoli votou contra o poder das assembleias em revogar prisões, contudo é favorável que possam suspender o andamento de processos contra parlamentares. 


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Luiz Fux deferiu as cautelares para suspender as normas estaduais. Segundo ele, não há possibilidade de revogação de decisão do judiciário por outro poder até o oferecimento da denúncia. Já Gilmar Mendes defende que "em nenhum país democrático do mundo se dispensa a ideia de imunidade". 


O julgamento no plenário do Supremo visa a análise de ações da Procuradoria-Geral da República ( PGR ) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que alegam ser inconstitucional a resolução da Alerj em rechaçar o cumprimento das prisões impostas aos peemedebistas no mês passado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). A mesma corte depois restabeleceu as prisões de Picciani , Melo e Albertassi, que estão desde o último dia 21 detidos na penitenciária de Benfica, na zona norte do Rio.


 Os argumentos contra a decisão da Alerj


A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, alegou ao Supremo que a Alerj não poderia lançar mão dessa jurisprudência pois o Supremo "não autorizou a extensão de seus efeitos aos Estados e Municípios". A chefe do Ministério Público Federal também afirmou que a medida dos deputados fluminense representa "risco à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal".


A AMB também sustenta que os parlamentares estaduais e municipais não devem desfrutar das "mesmas imunidades formais" conferidas a deputados federais e senadores, defendendo que isso poderia "coibir a atuação do Poder Judiciário e, assim, violar o princípio da separação de poderes".


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As ações da PGR e da AMB foram oferecidas inicialmente ao relator, ministro Edson Fachin, mas o magistrado decidiu não analisar sozinho essa questão e encaminhou o tema ao plenário do STF.


*Com informações da Agência Brasil