terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Por doping, COI bane Rússia dos Jogos de Inverno de 2018

Por doping, COI bane Rússia dos Jogos de Inverno de 2018




Atletas russos competirão sob bandeira neutra


Atletas russos competirão sob bandeira neutra
Paul Gilham/Getty Images - 23.02.2014





O COI baniu nesta terça-feira a Rússia de participar dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang-2018, apenas quatro anos depois de sediar a Olimpíada mais cara da história, com um orçamento de US$ 51 bilhões. A bandeira russa não poderá ser erguida no estádio de abertura, nenhum dirigente político ou esportivo poderá viajar até o evento na Coreia do Sul e os atletas que forem autorizados a participar terão de competir sob bandeira neutra.



Nenhum hino da Rússia poderá ser tocado e Vitaly Mutuo, organizador da Copa do Mundo de 2018, está banido para sempre de todos os eventos olímpicos, enquanto que a elite dos dirigentes russos estão suspensos.



Após uma investigação, a entidade concluiu que houve uma "manipulação sistêmica do controle de doping". No Rio de Janeiro, em 2016, um terço dos atletas também foram afastados. Mas, agora, a suspensão é generalizada a todas as modalidades. "Nunca vimos uma manipulação dessa magnitude e causou dano sem igual ao movimento olímpico", disse o COI.






Para a entidade, foi o Ministério de Esportes que "fracassou" em lidar com a situação. "Trata-se de um ataque sem precedentes na integridade do esporte", disse o alemão Thomas Bach, presidente do COI. Segundo ele, em Sochi em 2014, o laboratório de controle de doping foi amplamente manipulado. Richard McLaren, investigador independente da Wada (Agêndia Mundial Antidoping, na sigla em inglês), denunciou a existência de um sistema para encobrir mais de mil casos de doping de atletas russos.



O problema central, porém, não é o envolvimento apenas de atletas. Mas as descobertas de Richard McLaren apontam que Vitaly Mutko, ex-ministro russo de esportes e atual organizador da Copa do Mundo, era o chefe do plano de Estado para garantir que atletas pudessem se dopar, sem risco de serem pegos. Desde então, porém, ele foi promovido dentro do governo russo e se transformou em vice 1.º Ministro. O COI rompeu com a sua posição dos últimos meses e confirmou que aceitava as conclusões de McLaren.






Vitaly Mutko e Gianni Infantino, no sorteio da Copa do Mundo de 2018


Vitaly Mutko e Gianni Infantino, no sorteio da Copa do Mundo de 2018
Shaun Botterill/Getty Images - 01.12.2014





O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, deixou claro que Moscou vai continuar a questionar essas descobertas. "Elas não têm base", disse. "Vamos defender nossos atletas com todos os meios possíveis", insistiu. Uma investigação russa ainda concluiu que o delator dos casos de doping, o ex-chefe do laboratório russo, Grigory Rodchenkov, foi quem fornecia os remédios ilegais aos atletas. Vladimir Putin, presidente russo, chegou a dizer que a acusação vinha de um "homem com uma reputação escandalosa".



A decisão também coloca uma pressão sobre a Fifa. A entidade tem em Vitaly Mutko o seu principal interlocutor para organizar o Mundial de 2018. Depois de dizer que o doping não existia, a secretária-geral da entidade, a senegalesa Fatma Samoura, optou por afirmar apenas que o problema "não era generalizado" no futebol russo.



Já o suíço Gianni Infantino, presidente da Fifa, deixou claro que uma punição a Vitaly Mutko pelo COI "não afetaria" a relação de sua entidade com o russo.



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