terça-feira, 14 de novembro de 2017

Zara pode entrar na 'lista suja' de trabalho escravo

Zara pode entrar na 'lista suja' de trabalho escravo

a varejista de roupas zara pode entrar para a lista suja do trabalho escravo por irregularidades encontradas em um fornecedor da marca em 2011 o tribunal regional do trabalho da 2 regiao determinou em 8 de novembro que o trabalho analogo ao escravo registrado na cadeia produtiva da zara em 2011 e de fato responsabilidade da empresa que faz parte do grupo multinacional inditex segundo o desembargador do trabalho ricardo artur costa trigueiros autor da sentenca e impossivel aceitar a ideia de que a zara nao sabia o que estava acontecendo nas oficinas de costura em uma especie de cegueira conveniente desde 2012 a zara vinha tentando anular os autos de infracao de auditores fiscais do ministerio trabalho que registraram trabalho analogo ao escravo em oficinas que costuravam para a marca em 2011 para isso processou a uniao com uma acao anulatoria informou ou ministerio publico do trabalho mpt em nota a decisao esta em conformidade com as deliberacoes da organizacao internacional do trabalho oit em materia de responsabilidade em cadeias produtivas afirmou o procurador do trabalho luiz carlos michele fabre que acompanha o caso desde o inicio o subproduto do trabalho escravo e a proliferacao de bolsoes de miseria e mazelas sociais nada mais justo que tal degradacao socioambiental urbana seja internalizada pela detentora do poder economico relevante em uma cadeia produtiva ainda que o trabalho escravo haja sido flagrado em oficinas contratadas por fornecedoras da zara na sentenca o desembargador afirma que a zara fez mais do que ignorar deliberadamente o que se passava nas oficinas contratadas por suas terceirizadas como a aha industria e comercio a cadeia produtiva da zara empregou a aha como entreposta no esforco de evitar seu flagrante envolvimento com mao de obra em condicoes analogas as de escravo afirmou a decisao judicial tambem possibilita que a zara seja incluida no cadastro de empregadores que mantiveram trabalhadores em condicoes analogas as de escravos conhecido como lista suja um dos indicios mais fortes da fraude era que a aha nao tinha em suas instalacoes nenhuma maquina de costura era impossivel que a zara nao soubesse disso ja que a producao dependeria de maquinas e trabalhadores destaca o mpt em nota o grupo textil inditex que detem a marca zara e uma multinacional com patrimonio de cerca de us 25 milhoes em 2016 o grupo registrou lucro liquido de us 3 277 bilhoes uma alta de 10 com relacao a 2015 em agosto de 2011 uma operacao do ministerio do trabalho flagrou 15 pessoas incluindo uma adolescente de 14 anos trabalhando em regime analogo ao de escravidao nas oficinas fornecedoras da zara situadas em sao paulo meses antes dezenas de trabalhadores bolivianos em sua maioria tambem haviam sido flagrados nas mesmas condicoes em oficinas na cidade de americana sp justificativa procurada pela reportagem a zara brasil informou em nota que vai recorrer da decisao sobre a responsabilidade da companhia no caso isolado de julho de 2011 quando um de seus fornecedores a aha desviou sem o conhecimento da zara brasil sua producao de forma irregular para duas oficinas que descumpriam as leis trabalhistas ferindo gravemente seu codigo de conduta para fabricantes e fornecedores a companhia declarou que essa situacao isolada de um fornecedor de 2011 nao reflete o sistema de monitoramento da cadeia de producao da zara no brasil que e supervisionado pelo ministerio publico do trabalho conforme nota enviado ao jornal o estado de s paulo por e mail