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Albanize Fonseca e Marcos Fonseca se casaram nesta sexta-feira no Iapen, em Macapá (Foto: Rita Torrinha/G1)
Após mais de quatro anos de relacionamento, Albenize Fonseca Andrade oficializou a união com Marcos Fonseca numa cerimônia coletiva onde outros 15 casais também disseram sim, nesta sexta-feira (17). O clima era de felicidade, característico de qualquer casamento, a diferença é que o momento não foi registrado em uma igreja, mas no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), na Zona Oeste de Macapá.
Marcos é detento do regime fechado. Está há 2,3 anos cumprindo pena por homicídio e tem mais 1,6 anos para cumprir. Durante todo esse tempo no cárcere a companheira dele, Albenize, não o abandonou. Ela vai visitá-lo duas vezes por semana e, como forma de estreitar esse amor, eles resolveram se casar. A noiva só quer que o tempo seja generoso.
“Venho duas vezes por semana encontrar com ele. Já esperei um bom tempo e posso esperar mais um pouco. Quero só que o tempo passe logo, para que ele venha cuidar da nossa família lá fora”, disse emocionada durante a cerimônia.
Por sua vez, Marcos diz estar fazendo de tudo para reduzir a pena e voltar pra casa.
“Estou trabalhando para reduzir a minha pena. Quero cumprir o que devo e ficar em paz, comigo, com ela [a esposa] e com a sociedade, pra que eu possa renovar a minha vida”, disse.
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16 casais oficializaram a união no Casamento na Comunidade no Iapen (Foto: Rita Torrinha/G1)
Os 16 detentos em regime fechado e que aguardam progressão adentraram o salão do Iapen, onde ocorreu a solenidade, vestidos com paletó e gravata e as noivas estavam com longos vestidos brancos e buquês. Cada casal tem uma história, e cada mulher livre vive a agustia de contar os dias e as horas em que poderão conviver diariamente com seus parceiros.
“Quero que meu marido saia daqui sem dever ninguém e que a gente possa recomeçar do zero. É angustiante estar lá fora e não saber o que está acontecendo com ele aqui dentro”, disse Jackeline Santos, que casou com Alison Rodrigues. Ele tem quatro meses para cumprir, mas preferiu não dizer por qual crime.
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Jackeline Santos da Silva e Alison Romário Rodrigues (Foto: Rita Torrinha/G1)
Aliás, o que menos importava para essas mulheres era a razão de os parceiros estarem ali. O fato é que esses casais aproveitaram a oportunidade do “Casamento na Comunidade” para oficializarem a união.
O projeto é desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) há 20 anos e já realizou cerca de 15 mil casamentos em todo o estado. A iniciativa tem a parceria da Igreja Universal do Reino de Deus e da Assembleia Legislativa.
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Desembargadora Sueli Pini, do Tribunal de Justiça do Amapá (Foto: Rita Torrinha/G1)
“Eu acredito que a união ajuda em muito na ressocialização do detento. Ele tem mais esperança de sair do cárcere para viver uma vida a dois fora do presídio. É a mulher dizendo para ele ‘Eu vou aguardar você cumprir a sua dívida e estarei lá fora lhe esperando’, isso significa muito para os presos”, destacou a desembargadora Sueli Pini.
Após a cerimônia de casamento, que durou cerca de duas horas, a Albanize, a Jackline e as demais mulheres trocaram os vestidos brancos pelas roupas do dia a dia e seguiram viagem de volta para casa. Elas vão aguardar o dia marcado da próxima visita para reencontrar com os companheiros, que agora são maridos.
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Casamentos tiveram direito a bolo e bem-casados (Foto: Rita Torrinha/G1)
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