terça-feira, 14 de novembro de 2017

O apelo de milionários a Trump

O apelo de milionários a Trump




Carta de milionários americanos diz que reforma fiscal de Trump 'beneficiaria desproporcionalmente indivíduos ricos' (Foto: Bullit Marquez/Pool/AFP)Carta de milionários americanos diz que reforma fiscal de Trump 'beneficiaria desproporcionalmente indivíduos ricos' (Foto: Bullit Marquez/Pool/AFP)


Carta de milionários americanos diz que reforma fiscal de Trump 'beneficiaria desproporcionalmente indivíduos ricos' (Foto: Bullit Marquez/Pool/AFP)




Mais de 400 milionários e bilionários americanos assinaram uma carta conjunta, a ser enviada nesta semana ao Congresso, pedindo aos legisladores republicanos que não cortem seus impostos, como prevê o principal projeto do governo Donald Trump para o setor tributário.




Eles alegam que o Partido Republicano está cometendo um erro ao reduzir os impostos sobre as famílias mais ricas no momento em que o endividamento do país é alto, e a desigualdade atingiu seu nível mais baixo desde a década de 1920.




"Como vocês estão considerando mudanças no código tributário, pedimos que vocês se oponham a qualquer legislação que exacerbe ainda mais a desigualdade", diz um trecho da carta.




Entre os signatários estão: o investidor George Soros, o ex-presidente da American Airlines Robert Crandall, os fundadores do sorvete Ben & Jerrys, Ben Cohen e Jerry Greenfield, a designer de moda Eileen Fisher e o filantropo Steven Rockefeller, além de muitos outros que fazem parte dos 5% da economia americana em renda ou riqueza (ao menos US$ 1,5 milhão em ativos ou salário de US$ 250 mil ao ano).




"A reforma fiscal deve ser, no mínimo, neutra em termos de receita – sem usar truques como a pontuação dinâmica", segue o texto da carta. "Estamos profundamente preocupados com o fato de que a perda de receita possa levar a cortes profundos em serviços críticos, como educação e saúde, e prejudicaria a capacidade de nossa nação de restaurar investimentos em nossas pessoas e comunidades."




A publicação da carta foi um esforço conjunto de um projeto de "riqueza responsável" da organização United for a Fair Economy com a Voices for Progress – dois grupos nacionais formados por cidadãos ricos que defendem políticas progressistas.




A carta solicita ao Congresso que não adote nenhuma lei fiscal que "agrave ainda mais a desigualdade" e aumente a dívida. Em vez de solicitar cortes de impostos para os ricos, a carta pede que o Congresso faça justamente o contrário: aumentar a taxação sobre riquezas.





O texto diz ainda que o plano tributário "beneficiaria desproporcionalmente indivíduos e corporações ricas" ao erradicar impostos mobiliários – o que afeta apenas algumas milhares de famílias ricas por ano – e eliminar a taxação mínima alternativa.




"Acredito que um corte de impostos é um absurdo", disse Crandall. "Os republicanos dizem que não podemos gastar dinheiro, mas podemos nos dar o luxo de brindar as pessoas ricas com uma grande redução de impostos; isso não faz sentido."




Estima-se que a Câmara dos Representantes vote a nova lei nesta semana. Quando divulgou o projeto, Trump afirmou que a reforma pretende ajudar os trabalhadores e criar empregos. "Vai ser algo especial. O maior corte de impostos da história do nosso país", destacou.




Entre as medidas, a proposta reduz o imposto sobre as empresas de 35% para 20%, ligeiramente acima dos 15% prometidos inicialmente por Trump, e simplifica as categorias de pagamento de imposto de renda, que diminuem das sete atuais para três, de 12%, 25% e 35%.




Os novos índices representam uma queda em relação às atuais taxas máximas, de 39%, e elevam a mínima, de 10% para 12%. A medida prevê ainda aumentar as deduções fiscais para as famílias com filhos e criar uma nova para adultos dependentes, como idosos ou pessoas doentes.




Na proposta, Trump não detalhou as medidas que pretende aplicar para evitar um rombo nas contas públicas com a redução dos impostos - estimativas conservadoras esperam um aumento da dívida pública de US$ 1,5 trilhão em apenas uma década.