sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Novo presidente do Zimbábue toma posse do país em cerimônia na Capital

Novo presidente do Zimbábue toma posse do país em cerimônia na Capital

Antes, Emmerson Mnangagwa era o vice-presidente do Zimbábue até ser demitido no dia 6 de novembro por MugabeReprodução/Twitter

Antes, Emmerson Mnangagwa era o vice-presidente do Zimbábue até ser demitido no dia 6 de novembro por Mugabe


Emmerson Mnangagwa assumiu nesta sexta-feira (24) o cargo de presidente interino do Zimbábue. Até então, ele era o vice de Robert Mugabe, que renunciou na última terça-feira (21) após 37 no poder , depois de o país ter sido tomado pelos militares. A cerimônia de posse ocorreu em um estádio da capital do país, Harare.


O político foi nomeado como presidente de Zimbábue pelo partido governista , o Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), e prestou juramento por volta das 11h45 (7h45 no horário de Brasília). Diante dos aplausos do público, Mnangagwa prometeu servir ao país e à sua Constituição, e que irá incentivar o que servir para ajudar o Zimbábue a avançar e que lutará contra o que possa prejudicar a nação.


"Protegerei e promoverei os direitos do povo do Zimbábue, cumprirei meus deveres com toda a minha força e com minhas melhores capacidades", ressaltou.


A cerimônia também contou com os altos comandantes das forças de segurança do Estado jurando lealdade ao novo presidente. Alguns deles foram vaiados, como o chefe da polícia. Isso porque a corporação é acusada de estar vinculada aos aliados políticos de Grace Mugabe, ex-primeira-dama. Por querer chegar ao poder, ela é considerada como o principal motivo da crise que levou à renúncia do seu marido.


O evento teve participação a de vários chefes de Estado de países da região, como Botsuana, Moçambique, Namíbia e Zâmbia. No entanto, a maior ausência foi de Jacob Zuma, presidente da África do Sul, que em evento oficial com o líder da Angola. No entanto, o ministro de Telecomunicações da África do Sul estava presente, representando-o.


Robert Mugabe também não foi à cerimônia. Ele já havia informado na quinta-feira (23) que seria representado pelo secretário de Imprensa, George Charamba.


"Ele garantiu à família presidencial não só sua segurança e bem-estar, mas a preservação da lei e da ordem no país. Ambos concordaram que o ex-presidente precisa de tempo para descansar após os agitados eventos pelos quais passou nesta semana e meia e poderia não presenciar a posse. Mesmo assim, manifestou ao futuro presidente seu apoio", declarou Charamba.


Renúncia


Desde o dia 15 de novembro as Forças Armadas assumiram o controle da capital do Zimbábue. A tomada de poder colocou Robert Mugabe, quando ainda era líder da nação, sob prisão domiciliar. Mugabe, sua esposa e outros aliados foram expulsos de seu partido, no dia 19.


A revolta militar, que levou ao 'golpe de Estado' do Exército, se iniciou dias após Mugabe destituir o então vice-presidente Emmerson Mnangagwa - agora novo líder do país. A decisão foi considerada uma manobra da primeira-dama para se desfazer de seu principal rival na corrida pela sucessão do marido no poder.


Segundo analistas, Mnangagwa, veterano de guerra com fortes vínculos com as Forças Armadas, seria o líder do movimento por um futuro governo transitório de concentração formado. O objetivo seria reconduzir o Zimbábue, afetado desde 2008 por uma grave crise econômica.