quinta-feira, 16 de novembro de 2017

LG quer alterar contrato dos empregados da fábrica em Taubaté, diz sindicato

LG quer alterar contrato dos empregados da fábrica em Taubaté, diz sindicato




Unidade da LG em Taubaté emprega cerca de mil pessoas (Foto: TV Vanguarda/ Reprodução )Unidade da LG em Taubaté emprega cerca de mil pessoas (Foto: TV Vanguarda/ Reprodução )


Unidade da LG em Taubaté emprega cerca de mil pessoas (Foto: TV Vanguarda/ Reprodução )




A coreana LG tentou alterar, por meio de um aditivo, os contratos de trabalho dos funcionários na fábrica em Taubaté (SP). O documento, apresentado na última sexta-feira (10) ao efetivo, reforça que acordos individuais prevaleçam sobre as convenções coletivas. A ação da fabricante de celulares, na véspera da nova lei trabalhista entrar em vigor, é criticada pelo sindicato.




A informação sobre os aditivos é da Federação dos Metalúrgicos da Cut (FEM-CUT). Para a entidade, a empresa quis impor, unilateralmente, novas regras aos empregados. Depois de mobilização da entidade, que cobrou explicações, a multinacional concordou em suspender, temporariamente, a validade dos aditivos - uma reunião deve ser marcada entre o sindicato e a LG nos próximos dias.




O documento assinado na última sexta por parcela dos funcionários reforça as novas regras para o processo de homologação em caso de demissão, por exemplo. O aditivo determina, assim como já previsto na nova lei trabalhista, que as homologações passem a ser feitas dentro da empresa - não mais na sede do sindicato.




"Se é um acordo, imagina-se que isso tem que ser discutido, que envolva as partes. O que vimos foi a empresa ser arbitrária, sem falar com ninguém, já mandando o trabalhador assinar um 'cheque em branco'. Entendemos ainda que reforçar a regra que está na lei foi uma provocação ao sindicato", disse Luiz Carlos da Silva Dias 'Luizão', presidente da FEM-Cut.






Aditivo no contrato foi entregue aos trabalhadores na última sexta (17) (Foto: Reprodução)Aditivo no contrato foi entregue aos trabalhadores na última sexta (17) (Foto: Reprodução)


Aditivo no contrato foi entregue aos trabalhadores na última sexta (17) (Foto: Reprodução)






O G1 teve acesso a uma parte do documento, que trata de jornada de trabalho. "Higiene pessoal, troca de roupa ou uniforme, portanto, não são considerados como tempo trabalhado ou à disposição para o trabalho", diz trecho.




A FEM-Cut também sinaliza falta de clareza sobre as questões de envolvam cumprimento de jornada, uso de banco de horas e compensação. "Os acordos individuais não são bons para a relação de trabalho, precisa negociar e não tem como uma empresa como a LG ignorar a presença do sindicato", defendeu Luizão.






Outro lado





A LG foi procurada na tarde desta quinta-feira (16) e o G1 aguardava resposta da multinacional sobre o assunto até a publicação desta reportagem.




A empresa, que produz além de celulares, monitores e itens da linha branca, emprega cerca de 1,5 mil trabalhadores na planta no interior de São Paulo.