quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Justiça de SP nega recurso de fotógrafo que perdeu olho em manifestação

Justiça de SP nega recurso de fotógrafo que perdeu olho em manifestação

Sérgio Andrade da Silva, em 2014, usando a prótese ocular Reprodução/Facebook

Sérgio Andrade da Silva, em 2014, usando a prótese ocular


O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, nesta quarta-feira (29), o recurso do fotógrafo Sérgio Andrade da Silva que buscava indenização da Fazenda Estadual por perder a visão do olho esquerdo, após se ferir na cobertura de uma das manifestações de junho de 2013 . Ele já havia perdido em primeira instância, em agosto do ano passado.


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O caso foi julgado pela 9ª Câmara de Direito Público do TJ-SP. O relator do caso, desembargador Rebouças de Carvalho, argumentou que não há como comprovar que o ferimento do fotógrafo foi causado por uma bala de borracha. O presidente da Câmara, Décio de Moura Notarangeli, e o desembargador Oswaldo Luiz Palu seguiram o entendimento do relator e a decisão foi unânime.  


Citando um laudo do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), Carvalho argumentou que o ferimento poderia ter sido causado por “pau, pedra, mão, cabeça, bolas de gude, bolas de futebol...” e outros diversos objetos. O magistrado também destacou que o fotógrafo não registrou Boletim de Ocorrência e, por essa razão, “não há qualquer relatório oficial dos fatos”.


Na decisão de primeira instância, no ano passado, o juiz Olavo Zampol Júnior alegou que o fotógrafo assumiu os riscos de seu ofício e “colocou-se em situação de risco, assumindo, com isso, as possíveis consequências de que pudesse acontecer.”


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Manifestações de 2013


Os protestos de 2013, também conhecidos como Jornadas de Junho, foram um série de manifestações populares por todo o país, que reivindicavam inicialmente o fim dos aumentos nas tarifas de transporte público principalmente nas principais capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro.


Em resposta, o governo brasileiro anunciou várias medidas para tentar atender às reivindicações dos manifestantes – nem todas com efeitos duradouros.


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Na época, o aumento das tarifas do transporte público foi revogado em várias cidades do País, com a volta aos preços anteriores ao movimento.

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