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O ex-prefeito de Caracas e opositor Venezuelano Antonio Ledezma beija a mulher Mitzy Capriles e abraça a filha Antonietta na chegada à Madri após fugir de seu país (Foto: Juan Medina/REUTERS)
O opositor Antonio Ledezma, que chegou neste sábado a Madri após fugir da Venezuela a partir da Colômbia, disse ter deixado para trás um país "submetido" por conta da violência e do qual saiu "com a alma desgarrada". "Jamais pensei que teria que emigrar", disse a jornalistas.
"Na Espanha me sinto livre", foram as primeiras palavras pronunciadas pelo ex-prefeito da região metropolitana de Caracas logo após pisar em solo espanhol. Ele falou à imprensa após abraçar sua esposa, Mitzy Capriles, e suas duas filhas, que lhe esperavam no aeroporto junto com dezenas de venezuelanos e simpatizantes da causa defendida por ele em oposição ao regime de Nicolás Maduro.
Bandeiras da Venezuela, lágrimas e o hino de país marcaram a chegada do dirigente da Aliança Brava Povo na Espanha, que fugiu de sua prisão domiciliar de mais de mil dias em Caracas passando pela Colômbia, de onde chegou à Europa.
"Vou me dedicar a percorrer o mundo, a contribuir no exílio para fazer uma extensão da esperança dos venezuelanos de sair deste regime", declarou Ledezma, que denunciou a "narcoditadura" que assola a Venezuela. Segundo ele, o governo do país "usa a violência contra as instituições, cometeu fraudes eleitorais, mantém presos dissidentes políticos" e "ameaçafamílias".
"Quando saí da minha casa, após mais de mil dias presos injustamente, não pude conter as lágrimas ao ver meninas e mulheres revirando cestos de lixo. E estamos falando do país que possui as maiores reservas de petróleo do mundo e de um governo que desperdiçou uma imensa fortuna e onde foram roubados mais de US$ 600 bilhões", lamentou o opositor.
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O ex-prefeito de Caracas e opositor venezuelano Antonio Ledezma se reúne com a família ao chegar ao aeroporto de Madri, na Espanha, após fugir de prisão domiciliar em seu país (Foto: Juan Medina/REUTERS)
Ledezma também disse palavras de gratidão ao presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, - com quem se reunirá nas próximas horas - por ter apoiado sua causa.
Também agradeceu o apoio de todos os ex-presidentes espanhóis do governo, embora tenha criticado a mediação de José Luis Rodríguez Zapatero na preparação das conversas que vão acontecer no início de dezembro entre o governo da Venezuela e a oposição na República Dominicana. Ele comentou que, desde que o político espanhol chegou ao seu país, "há mais presos políticos e houve mais mortes".
Ledezma afirmou não ser contrário ao diálogo, "mas à metodologia" com a qual está sendo realizado, porque "um diálogo sincero beneficia à paz" não só da Venezuela, mas de toda a América Latina.
Ele lamentou, porém, que Zapatero tenha sido escolhido como mediador, e não o também ex-presidente do governo espanhol, Felipe González.
O ex-prefeito de Caracas ainda pediu "autocrítica" da oposição venezuelana para que aproveite "sua liderança e sua experiência". Na sua opinião, "as incoerências nos fizeram muitos danos" e existe "um cenário no qual todos cabemos".

Antonio Ledezma foge de prisão domiciliar na Venezuela e vai para Madri