sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Italiano diz que fez transplante de cabeça em cadáveres

Italiano diz que fez transplante de cabeça em cadáveres




Neurocirurgião italiano Sergio Canavero durante palestra TEDx; médico diz ser possível fazer transplante de cabeça nos próximos meses (Foto: Reprodução/YouTube/TEDx Talks)Neurocirurgião italiano Sergio Canavero durante palestra TEDx; médico diz ser possível fazer transplante de cabeça nos próximos meses (Foto: Reprodução/YouTube/TEDx Talks)


Neurocirurgião italiano Sergio Canavero durante palestra TEDx; médico diz ser possível fazer transplante de cabeça nos próximos meses (Foto: Reprodução/YouTube/TEDx Talks)




O neurocirurgião e escritor italiano Sergio Canavero disse nesta sexta-feira (17) que conseguiu fazer um transplante de cabeça em cadáveres. Ele teria conseguido conectar a coluna vertebral, os nervos e os vasos sanguíneos com sucesso. No entanto, de acordo com publicação do "The Guardian", há um longo caminho a seguir.




Canavero anunciou, em 2015, que em dois anos conseguiria fazer um transplante de cabeça em seres humanos vivos. Não é o caso deste anúncio, feito pelo polêmico médico em Viena. Por enquanto, a operação de 18 horas pode ter provado que é possível conectar com sucesso uma cabeça cortada a outro corpo – um cadáver.







Médico diz ser possível realizar 1º transplante de cabeça daqui a dois anos



Médico diz ser possível realizar 1º transplante de cabeça daqui a dois anos





Em entrevista dada à BBC em 2016, o médico explicou como faria para realizar o transplante em seres humanos vivos. A operação precisaria de 150 médicos e enfermeiros, duraria cerca de 36 horas e custaria R$ 42 milhões – ele ainda aguaradava o patrocínio. O primeiro passo seria congelar o corpo para preservar as células do cérebro.




Em seguida, drenar o cérebro e substituir o sangue com uma solução cirúrgica. O pescoço do paciente e do doador seriam cortados para que as artérias e veias importantes fossem envoltas em tubos de silicone e plástico – eles seriam comprimidos para impedir o fluxo de sangue e depois afrouxados para facilitar a circulação.





O corte da medula espinhal, segundo Canavero, seria uma parte delicada do procedimento e feita com bisturi especial, de diamantes.




Durante a coletiva de imprensa, o neurocirurgião disse que irá divulgar um relatório sobre o procedimento em cadáveres e um novo prazo para o transplante em um ser humano vivo.






"A cirurgia durou 18 horas. O documento será divulgado em alguns dias. Todos disseram que era impossível, mas a cirurgia foi bem-sucedida", disse.







Longo caminho





No início de 2016, Canavero anunciou seu transplante de cabeça em um macaco. Ele chegou a publicar uma foto, que mostrava os pontos ao redor do pescoço do animal.




No texto publicado pelo "The Guardian", o neurocientista Dean Burnett disse que a definição de procedimento "bem-sucedido" do médico é "generosa". Ele avalia que o macaco que passou pela cirurgia nunca chegou a recuperar a consciência e que ficou mantido vivo por 20 horas, sem uma tentativa de conexão com a medula espinhal – se o animal estivesse vivo, estaria paralisado para o resto da vida.




Sobre o atual transplante em cadáveres, Burnett pondera que as técnicas usadas para preservar as cabeças e anexá-las podem ter valor científico. No entanto, explica que "esse é apenas o começo do que é necessário para um sistema funcional de um corpo".






"Você pode soldar duas metades de dois carros diferentes e chamar isso de 'sucesso' se quiser, mas se no momento em que girar a chave, tudo explodir, seria difícil para a maioria apoiar a sua ideia brilhante", disse o neurocientista.