sábado, 11 de novembro de 2017

Frei de Uberlândia preso e libertado no Zimbábue relata em comunicado momentos vividos no país africano

Frei de Uberlândia preso e libertado no Zimbábue relata em comunicado momentos vividos no país africano





Frei de Uberlândia e ativistas presos no Zimbábue são libertados



Frei de Uberlândia e ativistas presos no Zimbábue são libertados




O frei Rodrigo Peret, da Comissão do Pastoral da Terra de Uberlândia, que foi libertado junto com outros ativistas brasileiros neste sábado (11) depois de terem sido presos nesta sexta-feira (10) no Zimbábue, fez um comunicado à imprensa por e-mail relatando como foram os momentos no país africano. No grupo do qual ele faz parte é formado por 24 pessoas de oito países- entre os quais três brasileiro- e, segundo Peret, a preocupação com o retorno ao país de origem é grande.




“Nos preocupam a segurança e integridade físicas das mesmas [...]. A conjuntura é delicada e exige que se mantenha a mobilização e solidariedade internacional até a finalização total da situação”, diz trecho do texto.




Os brasileiros foram detidos durante uma visita a uma área de mineração de diamantes. O grupo acompanhava denúncias de abusos contra moradores de uma região do Zimbábue, que estão sendo removidos de casa.




"Enquanto participávamos de um encontro com 2.000 pessoas na região de Marange, cuja pauta era a discussão sobre os impactos da atividade mineraria de diamante na área e a criação de um fundo comunitário para a melhoria das condições de vida das comunidades atingidas. Todos os estrangeiros foram presos logo no início do encontro, no começo da tarde do dia 10. Fomos conduzidos para o posto policial de Marange. De lá, levados para a Delegacia Central de Polícia de Mutare, onde fomos fichados e encarcerados", conta o frei.




Peret ainda agradeceu o apoio de muitas organizações que se solidarizam com a situação. Um diplomata da Embaixada do Brasil no Zimbábue negociou a liberação do grupo. Os três brasileiros seguem no carro da Embaixada até a capital Harare, onde ficarão até o retorno ao Brasil, cuja data não foi informada. O Itamaraty informou que o grupo está em condições normais de saúde.







Frei Rodrigo Peret Comissão Pastoral da Terra de Uberlândia (Foto: Pastoral da Terra/Divulgação)Frei Rodrigo Peret Comissão Pastoral da Terra de Uberlândia (Foto: Pastoral da Terra/Divulgação)


Frei Rodrigo Peret Comissão Pastoral da Terra de Uberlândia (Foto: Pastoral da Terra/Divulgação)





Veja o texto escrito pelo frei, na íntegra:




"Comunicamos aos companheiros e companheiras que, após julgamento na Corte Criminal de Pequenas em Mutare, no Zimbábue, fomos libertados no meio da tarde do dia 11 de novembro. Contudo, estamos ainda apreensivos em relação ao retorno das pessoas que foram presas (24 pessoas de oito países). Nos preocupa a segurança e integridade físicas das mesmas ao retornarem para os seus países de origem. A conjuntura é delicada e exige que se mantenha a mobilização e solidariedade internacional até a finalização total da situação.




Fomos presos durante uma missão de solidariedade internacional às comunidades atingidas pela mineração no Zimbábue, convocada pela Rede Diálogo com os Povos. Enquanto participávamos de um encontro com 2.000 pessoas na região de Marange, cuja pauta era a discussão sobre os impactos da atividade mineraria de diamante na área e a criação de um fundo comunitário para a melhoria das condições de vida das comunidades atingidas. Todos os estrangeiros foram presos logo ao início do encontro, no começo da tarde do dia 10. Fomos conduzidos para o posto policial de Marange, de lá levados para a Delegacia Central de Polícia de Mutare, onde fomos fichados e encarcerados.




Para a nossa libertação foi fundamental a pressão internacional e o apoio de muitas organizações que se solidarizaram com a situação. Destacamos o trabalho dos advogados e advogadas da Zimbabwean Lawyers for Human Rights, que se mobilizaram desde o primeiro momento e acompanharam todo o grupo ao longo do processo. Ressaltamos também a atuação firme da Embaixada Brasileira no Zimbábue, que colaborou muito na mediação da resolução.





Agradecemos muito toda a articulação e apoio! E reafirmamos a necessidade de que continuemos atentos até a chegada de todos e todas aos seus países."