quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Escola em Fortaleza rejeita renovação de matrícula de aluna transexual

Escola em Fortaleza rejeita renovação de matrícula de aluna transexual

Aluna transexual de 13 anos estuda na Escola Educar Sesc desde os 2 anos; instituição garantiu matrícula para 2018Arquivo pessoal

Aluna transexual de 13 anos estuda na Escola Educar Sesc desde os 2 anos; instituição garantiu matrícula para 2018


A mãe de uma aluna da Escola Educar Sesc de Fortaleza denunciou, por meio das redes sociais,  que sua filha, de 13 anos, teve a rematrícula para o ano de 2018 negada. Segundo Mara, a filha transexual estuda na instituição de ensino desde os 2 anos de idade, no entanto, durante uma reunião na terça-feira (21), a escola “recomendou” que a família procurasse outra unidade de ensino.


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De acordo com Mara, a escola teria alegado que apesar da criança transexual ser “uma ótima aluna, com boas notas e comportamento”, era necessário que ela procurasse uma instituição que atendesse “as necessidades” de Lara. Para a mãe, a atitude da escola foi transfóbica.


“Simplesmente a expulsaram, a enxotaram. E quando eu questionei nos escorraçaram: ‘os acompanhem, já terminamos a reunião’. Lara e nós, pais, nunca nos sentimos tão constrangidos, humilhados, diminuídos, desrespeitados”, escreveu a mãe em uma publicação.


Segundo a mãe de Lara, a escola já não vinha respeitando a resolução número 12/2015 do Conselho Nacional de Combate a Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que garante o reconhecimento e adoção do nome social em instituições e redes de ensino de todos os níveis e modalidades, bem como a utilização do banheiro conforme a identidade de gênero de cada sujeito.


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Além disso, Mara afirma que a escola “desrespeitava o nome social , colocando o nome civil em todos os registros, tais como frequência, avaliações, boletins, a submetendo ao constrangimento. O banheiro feminino também lhe foi negado, com a recomendação que usasse o banheiro da coordenação”.


A família informou ainda que fez um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Combate a Exploração da Criança e Adolescente (Dececa) e que entrou em contato com uma advogada do Centro de Referência LGBT.


Outro lado


Em nota, a Escola Educar Sesc, ligada ao Sistema Fecomércio, afirmou que lamenta “profundamente que qualquer atitude, fruto de preconceito ou desconhecimento, tenha causado sofrimento à família da Lara”.


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De acordo com a instituição, a direção do Sistema determinou imediata apuração e tomada de providências para o acolhimento da aluna, bem como a adoção de protocolos para que fatos semelhantes não voltem a acontecer e garantiu que a matrícula da estudante transexual para 2018 está assegurada.