
Policiais civis e delegados denunciam péssimas condições de trabalho no Maranhão
Delegados e Policiais Civis do Maranhão denunciam as péssimas condições de trabalho e o atraso e não pagamento de diárias que são usadas para fiscalizações no interior do estado. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (Sinpol-MA), além das delegacias sucateadas, há mais de 70 cidades maranhenses que não possuem a presença da polícia. O Maranhão possui 1600 policiais civis distribuídos em 18 regionais da Polícia Civil.
Segundo os profissionais, os problemas de infraestrutura prejudicam o trabalho do sistema de segurança pública do estado. Os policiais reclamam das péssimas condições das viaturas, da falta de material para o trabalho, além do funcionamento de delegacias que estão abrigadas em prédios alugados e sem estrutura.
No sábado (11), presos que estavam na delegacia de Alto Parnaíba, a 875 km de São Luís, foram transferidos para a carceragem de Balsas por conta das péssimas condições do local. A delegacia funcionava em um prédio construído há mais de 50 anos e que apresentava graves problemas de segurança.
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Carceragem da delegacia de Alto Parnaíba funcionava em uma casa construída há mais de 50 anos. (Foto: Reprodução/TV Mirante)
“A Policia Civil já não consegue exercer seu estado de forma plena realmente combatendo essa criminalidade e sempre com falta dessa estrutura. Seja por falta de efetivo que não temos, seja pelas delegacias, pelos locais de trabalho totalmente insalubres, inadequados e desumanos para se trabalhar”, disse Elton Jhon da Rocha, presidente da Sinpol–MA.
Além das péssimas condições de trabalham, a categoria reclama do atraso e não pagamento das diárias de trabalho. De acordo com a lei, o dinheiro deve ser pago com antecedência e é usado para realizar viagens de fiscalização no interior do estado. Entretanto, eles reclamam do atraso no pagamento e afirmam que muitos policiais estão tirando do próprio bolso para poder trabalhar. Um policial civil costuma receber em média, R$ 150 reais de diária e um delegado, por exemplo, pouco mais de R$ 170 reais.
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Viaturas da Polícia Civil do Maranhão estão sem passar por manutenção. (Foto: Reprodução/TV Mirante)
O Sinpol denuncia os altos valores de diárias que são pagas para o setor de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA). De acordo com o sindicato, somente no primeiro semestre do ano, teriam sido desembolsados mais de R$ 70 mil reais e categoria reclama do alto valor pago para profissionais que não precisam se deslocar para realizar a apuração de casos policiais.
“Nem digo que é ilegal aquilo que foi pago aos comunicadores da SSP. O que nos causa indignação e que nós questionamos e denunciamos é porque tem para esse setor que não é atividade de fim a SSP. Os próprios delegados, investigadores, policiais, escrivães e peritos todos os demais profissionais que viajam e que deveriam receber esse custeio e não recebem. Ai você fica se perguntando: que dizer que pra comunicação tem pra segurança não tem? Para os policiais não tem?”, explica Elton Jhon.
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Presos foram transferidos da delegacia de Alto Parnaíba por conta das péssimas condições de trabalho. (Foto: Reprodução/TV Mirante)
Por meio de nota, a Associação dos Delegados da Polícia Civil do Maranhão (Adepol-MA), afirma que alguns profissionais estariam sofrendo retaliação por denunciar irregularidades e enfrentando processo administrativo disciplinar. De acordo com o documento divulgado pela Adepol, as denúncias ilustram o desvio de poder e abuso de finalidade que ocorre dentro da Polícia Civil do Maranhão.
O Governo do Maranhão não se manifestou sobre os problemas denunciados pela Associação dos Delegados da Polícia Civil do Maranhão (Adepol-MA) e pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-MA).
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Associação dos Delegados de Polícia Civil do Maranhão (Adepol-MA) afirma que alguns delegados estariam sofrendo retaliações. (Foto: Reprodução/TV Mirante)