O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou nesta terça-feira (14) um prejuízo de US$ 12,5 bilhões na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo a corte, desse total US$ 9,5 bilhões são atribuídos à gestão temerária do projeto.
Localizado em Itaboraí, o Comperj começou a ser erguido em 2010 e chegou a ser uma das principais obras do país, onde trabalhavam cerca de 35 mil pessoas. Além do TCU, a construção do Comperj é investigada pela Operação Lava Jato, que apura esquema de desvio de verbas envolvendo a Petrobras, partidos políticos e empreiteiras.
Segundo o relator do processo, ministro Vital do Rêgo, os responsáveis pela obra foram negligentes na aprovação da fase 2 do complexo, que ocorreu mesmo sem definição de um projeto. Já a aprovação da fase 3, disse o ministro, aconteceu mesmo após a identificação de que seria economicamente inviável. O relatório aponta também que houve demora para o início da reavaliação do projeto.
No processo aprovado nesta terça-feira, o TCU determina a oitiva dos responsáveis pela gestão temerária do projeto.
Em nota a Petrobras informou que enviou cerca de 5 mil documentos ao TCU relacionados aos investimentos feitos no Comperj entre 2006 e 2015. Na nota, a Petrobras diz que "reafirma sua condição de vítima nesse processo, clara pelo fato de a companhia não ter obtido nenhum ganho financeiro a partir de eventuais irregularidades e, ao contrário, ter tido prejuízo".