quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Caso Fifa tem júri dorminhoco e revelação sobre 'brasileiro'

Caso Fifa tem júri dorminhoco e revelação sobre 'brasileiro'





Mesmo com delações acaloradas e revelações bombásticas, o julgamento de José Maria Marin e outros dois réus no escândalo de corrupção da Fifa mostrou-se monótono nesta quarta-feira (29) para um dos 12 jurados do processo. Por passar a maior parte do tempo dormindo na cadeira, o denominado “número 9” foi convidado a se retirar do Tribunal do Brooklyn, em Nova York, e está fora do caso – ele será substituído por outra pessoa previamente selecionada.



O fato curioso em meio a tantas denúncias levou o promotor do caso, Samuel Nitze, a quebrar o gelo na rígida Corte. “Talvez ele encare o afastamento como uma boa notícia”, brincou Nitze. As informações são do jornalista Ken Bensinger, que cobre o processo in loco.



A sessão desta quarta-feira contou com o depoimento do Eladio Rodriguez, ex-funcionário da empresa de marketing Torneos y Competencias (TyC) encarregado por pagar propinas para garantir os direitos de televisão de eventos esportivos. Segundo ele, os montantes destinados a José Maria Marin e Marco Polo Del Nero eram feitos sob a alcunha “brasileiro”. A abreviatura no singular teria sido originalmente criada para identificar os subornos pagos para Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol entre 1989 e 2012.






Ainda de acordo com Rodriguez, por vezes Marin e Del Nero não respondiam aos seus contatos, mas, mesmo assim, reclamavam com frequência de não estarem recebendo o dinheiro. Em maio de 2013, quando os dirigentes teriam solicitado um depósito de US$ 900 mil (R$ 2.8 milhões) em uma conta nos Estados Unidos, o delator se queixou por e-mail ao seu superior, Alejandro Burzaco, homem-forte da TyC e também delator no Fifagate. “Que eles não venham de mau-humor, porque em todos os casos a culpa é deles”, escreveu Eladio Rodriguez.



Nesta terça-feira (28), na Argentina, o juiz federal Daniel Rafecas ordenou a apreensão de documentos, livros contábeis e contratos da Torneos y Competencias, na sede da empresa, em Buenos Aires. O objetivo da apreensão é tentar comprovar pagamentos de propinas e subornos por direitos de transmissão de oito competições, entre elas a Copa América de 2011, disputada em solo argentino.



Marin, Del Nero e Teixeira, os três dirigentes brasileiros envolvidos no caso, negam as acusações e afirmam ser inocentes. Eles estão entre os 42 réus e são acusados pelos mesmos sete crimes – três de fraude, três de lavagem de dinheiro e um por integrar uma organização criminosa.



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