Renato esbanja confiança para decisão da Libertadores
Folha Vitória - Esportes
Autodenominado maior clube de bairro do mundo, o Lanús, que recebe o Grêmio nesta quarta-feira para a partida que decidirá o título da Copa Libertadores, orgulha-se de sua dimensão e a usa como arma. Exalta o fato de ser a equipe da vizinhança, mas exala uma confiança do tamanho da América.
O prazer em derrubar gigantes, sem fazer questão de ser considerado um, é a sensação que transpira em um dos ônibus que levou seus torcedores por terra a Porto Alegre, 44 horas rodando, em uma viagem iniciada às 18h39 da última terça-feira e concluída 50 horas e 2.610 quilômetros depois. O veículo escolhido leva 40 passageiros. Entre eles, 39 são "granates" (referência à cor grená do uniforme). O 40.º é um gremista que, não havendo conseguido ingresso para o lado tricolor na Arena Grêmio, restou infiltrar-se.
Todos, granates e gremista, pagaram 4.300 pesos (R$ 824) por um pacote com transporte em ônibus leito e ingresso. Boa parte dos torcedores nunca saiu da Argentina. São nove horas até a fronteira. Dois policiais argentinos param o veículo na chegada a Uruguaiana (RS). Pedem a todos que joguem fora as bebidas alcoólicas, para não haver problema com os agentes brasileiros. São atendidos.
Já em Porto Alegre, a Arena Grêmio aparece à vista. Os últimos 50 metros são tensos. Os veículos são alvo de latas de cerveja, gelo e pedras. Alguns vidros do ônibus são quebrados e uma torcedora se machuca. O Grêmio vence por 1 a 0. Os granates saem abatidos de Porto Alegre. Reclamam do amarelo dado pelo juiz a Braghieri, que tirou o zagueiro do jogo final na Argentina.
A viagem de regresso é mais rápida. Sem interrupção para refeições e com passagem rápida pela imigração, dura 20 horas. Todos retornam com a sensação de que existe a possibilidade de o título ficar com o Lanús - time que se apresenta como o maior clube de bairro do mundo, mas se contentará em ser só o melhor da América.
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