segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Relator conclui voto sobre recurso de Lula contra condenação no caso tríplex

Relator conclui voto sobre recurso de Lula contra condenação no caso tríplex

Líder nas intenções de voto para a Presidência da República, Lula tenta escapar de condenação na 2ª instânciaRicardo Stuckert/Instituto Lula - 29.11.17

Líder nas intenções de voto para a Presidência da República, Lula tenta escapar de condenação na 2ª instância


O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos recursos da Lava Jato na 2ª instância, concluiu seu voto sobre o recurso da defesa de Lula contra a condenação do ex-presidente no caso tríplex .


O voto de Gebran Neto foi encaminhado internamente ao desembargador Leandro Paulsen, revisor dos processos ligados à Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Só após o revisor concluir o voto que o caso será levado a julgamento na 8ª Turma do TRF-4, que integra ainda o desembargador Victor Luiz dos Santos Laus. O presidente do Tribunal, desembargador Thompson Flores, já afirmou reiteradas vezes que o julgamento ocorrerá até agosto do ano que vem . Caso isso ocorra até o dia 15 de agosto de 2018 e a condenação de Lula seja mantida, o petista se tornará inelegível e, portanto, não poderá disputar a Presidência da República.


O ex-presidente foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, em julho deste ano, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O magistrado da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba entendeu que a compra e reforma do tríplex 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá, foram contrapartidas pagas ao ex-presidente pela OAS em razão da influência do petista em favor da empreiteira em negócios com a Petrobras.


O recurso de Lula


defesa de Lula apresentou em setembro seu recurso contra a sentença  proferida por Moro. No documento assinado pelo advogado Cristiano Zanin Martins, o defensor do ex-presidente nas ações da Lava Jato pediu a anulação da decisão de Moro, considerada por ele "injusta e injurídica".


Entre os argumentos apresentados pela defesa para justificar o pedido de anulação da condenação estão o de que o próprio juiz Moro teria reconhecido que não há registro de valores desviados da Petrobras utilizados para o pagamento de propina a Lula. Os advogados também afirmam que Moro cerceou o direito à ampla defesa, e que a denúncia contra o ex-presidente se baseia em depoimentos de réus que apresentaram "uma falsa versão incriminadora contra Lula em troca de benefícios diversos".


Além da condenação a 9 anos e 6 meses de prisão, o juiz Moro impôs também ao ex-presidente o bloqueio de até R$ 16 milhões, que seria o suposto valor repassado pelo Grupo OAS a agentes do Partido dos Trabalhadores no esquema criminoso, conforme narrou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Lula recorreu contra essa medida, que tornou indisponíveis R$ 9,6 milhões que estavam em contas e em planos de previdência ligados a ele, mas o pedido foi rejeitado na semana passada pelo próprio TRF-4 .