Peres (ao centro) superou Modesto Roma Júnior
Reprodução/Facebook
A polêmica eleição do Santos chegou ao fim na noite deste sábado (9). José Carlos Peres foi eleito presidente para o triênio 2018/2020.
Modesto Roma Júnior tentava a reeleição no cargo. Antes da eleição, ele foi denunciado pelos opositores. A oposição alegava fraude e questionava a validade dos votos das urnas 9 e 10, compostas por torcedores que se associaram há um ano, período mínimo para estar apto a participar das eleições.
Peres terminou com 1.851 votos. Em segundo lugar ficaram Roma Júnior e Andres Rueda (cada um deles com 1.661 votos), seguido por Nabil Khaznadar (495 votos).
O processo eleitoral em Santos foi marcado por muita confusão, discussões e acusações da oposição. Desde o início da votação, as urnas 9 e 10 foram marcadas por muita demora. As filas se estendiam e eleitores chegaram a demorar até cinco horas para conseguirem votar.
A suspeita foi levantada por uma reportagem da ESPN, que apurou um grande aumento no número de associados do clube nos meses de novembro e dezembro do ano passado. A data limite para que o sócio tivesse direito a voto nestas eleições presidenciais era o dia 9 de dezembro, exatamente um ano antes do pleito. Foram mais de 2000 associações entre os dias 23 de novembro e 9 de dezembro, número maior que o dos meses de julho, agosto, setembro e outubro somados.
Coincidências de endereços de e-mail, residenciais e de números de telefone entre os associados recentes levantam ainda mais questões sobre a legalidade da eleição alvinegra.
Após a divulgação do fato, foi determinado que as urnas fossem divididas de acordo com a data de associação do torcedor. Portanto, as últimas urnas – 9 e 10 – contavam com os sócios mais recentes do Santos.
Durante o dia, o candidato a vice pela Chapa 1, Orlando Rollo, fez diversos vídeos ao vivo em sua rede social denunciando as confusões e o grande número de eleitores de Modesto Roma nas urnas 9 e 10. Integrantes das chapas de oposição checavam com atenção os documentos dos eleitores das urnas suspeitas e geravam uma demora maior nestas filas.
Muitas camisas amarelas, cor da chapa de Modesto, foram vistas nas filas das urnas 9 e 10. Era grande o número de eleitores do atual presidente no setor mais suspeito do pleito. Em São Paulo, um grupo de chineses e coreanos foi flagrado tentando votar. Segundo torcedores presentes no local, eles sequer sabiam o nome do candidato em quem votariam, se limitando a dizer que escolhiam a cor amarela.
Na rua da Vila Belmiro, eleitores foram expulsos da fila após não conseguirem provar serem santistas. Em vídeo publicado nas redes sociais, apoiadores das chapas de oposição intimam um rapaz a cantar o hino do clube e ordenam que ele se retire após não saber responder. A ESPN também havia confirmado a associação de muitos torcedores de outros clubes no período investigado, algo anormal para um clube como o Santos, que não conta com instalações sociais como Palmeiras e Corinthians, por exemplo.
*Sob supervisão de Marco Antônio Lopes
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