Guerrero, em jogo pela seleção peruana: Fifa teria descartado uso de cocaína
Marcos Brindicci/Reuters/5.11.17
Depois de passar quatro horas diante da Comissão de Disciplina da Fifa, na Suíça, o atacante Paolo Guerrero, da seleção peruana e do Flamengo, disse que a entidade descartou o uso de cocaína diante do resultado analítico adverso de doping, após a partida do Peru com a Argentina, pelas Eliminatórias.
Guerrero passou as quatro horas de audiência acompanhado de seu advogado, Pedro Fida, e de um bioquímico. Foram entregues provas de seu cabelo para descartar o uso do entorpecente - a mais contundente, segundo a defesa do atacante.
"Estou tranquilo, porque sou inocente. Vim até aqui, na Suíça, para mostrar isso. Graças a deus, consegui todas as provas que são fundamentais. Agora, é só aguardar a resposta da Fifa", declarou à Agência Estado. "Estou seguro [de que vou ser absolvido], confiante, porque sou inocente. Já demonstrei uma grande parte e, agora, só falta tomarem a decisão."
O jogador responde à investigação por ter testado positivo para uso de benzoilecgonina, um metabólito da cocaína, em exame realizado depois do empate em 0 x 0 entre Argentina e Peru, em Buenos Aires, pela penúltima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa da Rússia de 2018, no dia 5 de outubro. Por isso, foi suspenso preventivamente pela Fifa.
A principal suspeita era justamente sobre o uso de cocaína, mas o atacante garantiu que esta possibilidade já foi descartada pela entidade. "Está descartado o uso de cocaína, isso não conta mais", afirmou o jogador, que ainda explicou: "A quantidade [encontrada de benzoilecgonina] é muito pequena, não chega a ser considerado doping".
Por conta da punição, Guerrero ficou impedido de defender a seleção peruana nas duas partidas da repescagem da Copa do Mundo de 2018, diante da Nova Zelândia. Mesmo assim, o país garantiu vaga no Mundial, que seria o primeiro do atacante. Mas antes de sonhar em disputar o torneio, ele quer apenas voltar a jogar futebol.
A Fifa deve se pronunciar na próxima segunda-feira (4), quando termina a suspensão preventiva do peruano.
"Conseguimos demonstrar, e a Fifa aceitou, que Guerrero não consumiu drogas. Isso era muito importante", disse o advogado de Guerrero, Pedro Fida, ao diário peruano "El Comércio". "Estamos à espera do resultado da sanção. A Fifa pode estender a suspensão preventiva caso necessite de mais tempo para tomar a decisão."
Segundo ele, existe uma grande probabilidade de consumo involuntário da substância por meio do chá de coca, muito popular e consumido no Peru e na Bolívia. "Paolo está muito confiante de sua inocência. Fizemos o possível para juntar todas as provas."