Se descoberta logo, doença tem 90% de chance de cura
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O Rio de Janeiro ganhou um novo Centro de Diagnóstico do Câncer de Próstata. A unidade do INCA (Instituto Nacional de Câncer) foi inaugurada nesta segunda-feira (27) e é o primeiro centro da rede pública do Estado. O local vai oferecer 3.600 biópsias por ano, segundo o Ministério da Saúde.
O Centro de Diagnóstico receberá pacientes com suspeita da doença da rede pública do Rio de Janeiro. Na unidade, o paciente realizará a biópsia que confirmará, ou não, o diagnóstico de câncer de próstata. Se der positivo, o paciente será tratado no INCA ou em outro hospital.
“O novo centro vai atender um vazio assistencial. Serão 3.600 diagnósticos por ano para que os homens possam iniciar o tratamento mais rápido, para ter mais chances de cura e, com isso, diminuir o risco de metástases”, destacou o ministro da saúde, Ricardo Barros.
Além de facilitar o acesso à biópsia, o novo centro permitirá que os pacientes da rede pública realizem o procedimento sem dor, feito por radiologista intervencionista sob sedação por anestesista. Antes, o paciente passará por avaliação de um uro-oncologista. Atualmente, na rede pública do Estado do Rio de Janeiro, os procedimentos são feitos apenas com anestesia local.
Ainda segundo a pasta, no Centro de Diagnóstico, o procedimento será feito com um moderno aparelho de ultrassom que permite identificar lesões de pequenas dimensões e com a precisão diagnóstica. A estimativa é ‘zerar’ o tempo de espera pela biópsia no Rio de Janeiro, o que reduzirá o número de casos de pacientes que iniciam o tratamento com tumores em estágio avançado. Além do tratamento precoce custar sete vezes menos, o diagnóstico rápido e correto aumenta a taxa de cura.
Quando diagnosticado em estágio inicial, a doença tem 90% de chances de cura, segundo afirmou ao R7 o urologista e presidente da SBU-SP (Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo), Flavio Trigo.
— Há 20 anos, por exemplo, 80% eram diagnosticados já na fase avançada. Às vezes, se fazia o diagnóstico pelas metástases. O paciente chegava com dores ósseos, emagrecimento e, quando se procurava o foco, encontrava o câncer.
Câncer frequente
O câncer de próstata é o segundo mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele não melanoma. As estimativas apontam 61.200 casos em 2016, o que representa 28,6% do total, além de ser a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos, segundo dados do SIM (Sistema de Informação de Mortalidade) do Ministério da Saúde.
Idade, histórico na família, sobrepeso e obesidade aumentam o risco da doença. A cada dez homens diagnosticados, nove têm mais de 55 anos. Entre os sintomas estão: dificuldade de urinar, demora em começar e terminar a urinar, sangue na urina, diminuição do jato, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Para prevenir o câncer, a recomendação é manter peso adequado, ter alimentação saudável, praticar atividade física, não fumar, evitar consumo de bebidas alcóolicas.
Na presença de sinais e sintomas, recomenda-se a realização de exames. A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que somente são prescritos a partir da suspeita de um caso. Em 2016, foram realizados 5,18 milhões de exames de PSA e 46.642 mil biópsias, ao custo de R$ 89,78 milhões. Além disso, ocorreram 633,7 mil sessões de quimioterapia, 2,71 milhões de campos de radioterapia e 17.353 cirurgias. Os gastos com esses tratamentos foram de R$ 393,61 milhões, segundo o ministério.