O segundo aerporto mais movimentado do país permaneceu duas horas fechado na noite deste domingo
Eduardo Enomoto/R7
A PF (Polícia Federal) anunciou nesta segunda-feira (13) que um inquérito foi aberto para apurar quem é o responsável pelo drone que voava próximo à cabeceira de pouso do aeroporto de Congonhas na noite de domingo. Pilotos avistaram a aeronave e avisaram a torre de controle, o que levou ao fechamento do aeroporto por duas horas.
O inquérito é tocado pela delegacia localizada dentro do aeroporto, que deve investigar crime previsto pelo Código Penal como “expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea", com penas de dois a cinco anos de prisão.
Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), os responsáveis estão sujeitos ainda ao artigo 132 — "Expor a vida de outrem a perigo direto e iminente". Para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os responsáveis podem ser imputados também pelo artigo 35 — “fazer voos baixos, fora da zona permitida em lei”. Somados, os crimes podem levar a seis anos e sete meses de prisão.
A agência diz que “aguarda das Forças Policiais as informações sobre a identificação do autor das infrações, para que ele também possa ser punido pela Agência no âmbito administrativo”.
O uso de drones é regulamentado por Anac, Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), Aeronáutica e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O drone interrompeu as operações de pouso e decolagem entre as 20h15 e 22h25, ao sobrevoar a cabeceira 35, próxima do bairro do Jabaquara, zona sul da capital. Por causa do incidente, o aeroporto, que normalmente fecha às 23h, obteve autorização especial para operar até a 2h51 de segunda. Ao todo, 34 pousos em Congonhas foram afetados.
O aeroporto opera normalmente desde o começo da manhã desta segunda.
A Polícia Militar foi acionada para tentar localizar o objeto e seu operador, sem sucesso. Segundo a delegacia de polícia do aeroporto de Congonhas, a situação se normalizou ainda na madrugada. De acordo com as companhias aéreas, vários clientes foram direcionados para hotéis da região. O homem ainda não foi identificado.
A Polícia Federal afirma que logo após o incidente foram realizadas diligências dentro da área do aeroporto, na cabeceira da pista e em suas imediações, inclusive com o helicóptero da PM, para localizar e identificar os responsáveis pelo drone. Os responsáveis pelo veículo, no entanto, não foram localizados.
De acordo com a legislação vigente, os voos de drones são proibidos em uma distância mínima de 9km do aeródromo, incluindo as zonas de aproximação e de decolagem.
A Latam teve 28 voos afetados. 16 deles foram cancelados e 12 foram desviados para outros cinco aeroportos. Segundo a empresa, os passageiros de voos que foram alternados para aeroportos no Estado de São Paulo seguiram para a capital via terrestre. Os voos levados para Belo Horizonte e Rio de Janeiro retornaram a Congonhas após a reabertura do aeroporto.
Segundo a Gol, foram cancelados dois voos que partiriam de Congonhas, e desviados 15 voos que pousariam na capital para outros aeroportos. Todos estes pousaram em Congonhas entre a noite de domingo e a madrugada de segunda, após a reabertura.
Ambas empresas e a Infraero afirmam que as operações estavam normalizadas na manhã de segunda.
No sábado (11) um avião da companhia Aerolineas Argentinas se chocou contra um drone na aproximação de pouso no a Aeroparque (aeroporto urbano de Buenos Aires, com localização às margens do Rio da Prata).
Segundo comunicação de rádio obtida pelo R7, entre o comandante do voo e a torre de controle, o drone foi sugado pela turbina, que acabou danificada. O drone acabou destruído pelo impacto.