terça-feira, 14 de novembro de 2017

MPF pede prisão de cúpula da Alerj

MPF pede prisão de cúpula da Alerj




Operação Cadeia Velha investiga corrupção na Alerj


Operação Cadeia Velha investiga corrupção na Alerj
Tomaz Silva/Agência Brasil/Arquivo





O MPF (Ministério Público Federal), com apoio da PF (Polícia Federal) e a Receita Federal, deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), a operação Cadeia Velha, onde investiga os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi e outras dez pessoas por corrupção e outros crimes envolvendo a Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). O desembargador federal Abel Gomes, relator dos processos da Lava Jato no Rio, ordenou, a pedido do NCCC (Núcleo Criminal de Combate à Corrupção), as conduções coercitivas dos parlamentares, seis prisões preventivas, quatro temporárias e mandados de buscas e apreensões nos endereços de 14 pessoas físicas e sete jurídicas. 


Na Operação Cadeia Velha, que é desdobramento da operação Ponto Final, é investigado o uso da presidência e outros postos da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo o MPF, os investigados com prisão preventiva decretada são os empresários Lélis Teixeira, Jacob Barata Filho e José Carlos Lavouras, investigados na Operação Ponto Final, além de Jorge Luiz Ribeiro, Carlos Cesar da Costa Pereira e Andreia Cardoso do Nascimento e os temporários são Felipe Picciani, Ana Claudia Jaccoub, Marcia Rocha Schalcher de Almeida e Fabio Cardoso do Nascimento.  



Os procuradores regionais Andréa Bayão, Carlos Aguiar, Mônica de Ré, Neide Cardoso de Oliveira e Silvana Batini pediram o afastamento dos deputados das funções públicas. 



Segundo as investigações, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, seu antecessor, Paulo Melo, e o segundo vice-presidente, Edson Albertassi, formam uma organização integrada ainda pelo ex-governador Sérgio Cabral e que se estrutura de forma ininterrupta desde a década de 1990. Ainda de acordo com o MPF, o grupo adota práticas financeiras clandestinas e sofisticadas para ocultar a corrupção, que incluiu recursos federais e estaduais, além de repasses para a Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro)



Para o MPF, a indicação de Albertassi para a vaga de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) pode ter sido uma manobra para que a organização retomasse o espaço depois do afastamento de conselheiros pelo STJ. 



O MPF ressaltou que Picciani, com seis mandatos de presidente da Alerj, é imprescindível na organização criminosa, pelo expressivo poder político e influência sobre outros órgãos estaduais. 


Tanto Picciani quanto Melo tiveram aumentos exponenciais de seu patrimônio desde o ingresso na política. Segundo o MPF, em certos períodos, patrimônio cresceu mais 100%. 



* Juliana Valente, estagiária do R7 Rio