sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ex-secretário de Cabral é preso no Rio em nova fase da Lava Jato

Ex-secretário de Cabral é preso no Rio em nova fase da Lava Jato




Cavendish foi conduzido para depor


Cavendish foi conduzido para depor
JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 23.11.2017





A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (23) uma operação no Rio de Janeiro que investiga o pagamento de propinas por empresários para servidores públicos, durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). 



A ação, batizada de Operação C'est Fini, é um desdobramento da Operação Calicute, uma das fases da Lava Jato.



Um dos alvos é o ex-secretário da Casa Civil e braço-direito de Cabral, Régis Fichtner. Ele foi preso em Ipanema, bairro nobre na zona sul carioca. 



Também foi preso o empresário George Sadala, apontado como operador financeiro do suposto esquema montado pelo ex-governador. Já o empresário Fernando Cavendish foi conduzido para prestar depoimento na sede da PF no Rio.



Cabral está preso atualmente em uma penitenciária na zona norte do Rio, responde a vários inquéritos e já foi condenado na primeira instância, em três processos, a mais de 70 anos de prisão.



O nome da operação ("é o fim", em francês) faz referência à imagem de um jantar em Paris, no ano de 2009, que ficou conhecido como "farra dos guardanapos", na qual vários envolvidos em esquemas de corrupção aparecem usando guardanapos na cabeça.



De acordo com a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), Fichtner teria recebido R$ 1,56 milhão em vantagens indevidas. A defesa de Fichtner não foi localizada para comentar a prisão. 



O empresário George Sadala, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, atuava no programa do Poupatempo e era assim que a quadrilha conseguia fraudar os precatórios, que são compromissos de pagamento de dívidas do Estado. 



As investigações chegaram até Fichtner e Sadala por conta das informações do depoimento de Luiz Carlos Bezerra, apontado como um dos  principais operadores financeiros do esquema de propina no governo de Sérgio Cabral. Bezerra é amigo de infância do ex-governador. 



Bezerra admitiu que as anotações feitas em suas agendas apreendidas pela Polícia Federal referiam-se à contabilidade paralela da organização liderada pelo ex-governador, que está preso. Nestas anotações, constam os codinomes "Regis", "Alemão" e "Gaúcho", que seriam referências a Regis Fichtner.



O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do RJ, responsável pelas sentenças da Operação Calicute condenou Sérgio Cabral, acusado de ser o chefe do esquema, a 45 anos e dois meses de prisão. Luiz Carlos Bezerra  recebeu uma pena de seis anos e seis meses.



Segundo a Receita Federal, que também participa da Operação Calicute, foi  possível  identificar  alguns indícios  de possível distribuição fictícia de lucros e dividendos por pelo menos  uma  empresa ligada a um dos investigados, com o intuito de suportar aumento  patrimonial. Também  foram constatadas algumas inconsistências em relação ao efetivo funcionamento de empresas de investigados.



Sem revelar o nome, a Receita informou que o patrimônio  líquido de um dos investigados aumentou de pouco menos de R$ 1 milhão em 2006 para mais de R$ 28 milhões em 2016.






Foto de 2009 foi a inspiração para o nome da operação


Foto de 2009 foi a inspiração para o nome da operação
Reprodução/Blog do Garotinho

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