O Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) abriu sindicância para apurar a morte de um bebê durante um parto normal em Araguari. Em nota, o conselho informou nesta sexta-feira (17) que tomou conhecimento do caso na quinta-feira (16). A mãe da criança e a Santa Casa de Misericórdia da cidade confirmaram que a menina teve a cabeça separada do corpo durante o parto.
A Polícia Civil investiga o caso, que ocorreu no dia 30 de outubro. A mãe, Tânia Borges Vieira da Silva, de 41 anos, contou ao G1 que a gestação foi tranquila e acompanhada por um médico em Tupaciguara, cidade onde vive. No entanto, no dia 24 de outubro, ela começou a sentir dores e foi encaminhada para Araguari.
“Como toda gestação, a da minha menina não tive problemas. Quando comecei a sentir dores, procurei a policlínica de Tupaciguara e fui encaminhada para Araguari. Quando cheguei ao local, informaram que não tinha dilatação para o parto e me liberaram para casa. No outro dia eu voltei a sentir dor, procurei o hospital e novamente fui dispensada”, contou.
A Santa Casa explicou, em nota, que a gestante teve a internação aceita pelo hospital através do sistema SUSFácil, às 11h03m e deu entrada no hospital somente às 13h23m. O transporte foi sob responsabilidade exclusiva do Município de origem, Tupaciguara.
De acordo com o hospital, a gestante chegou à unidade em trabalho de parto, com exteriorização dos pés e do cordão umbilical do feto. A unidade disse ainda que, já na chegada, foi detectada ausência de sinais vitais, o que comprova que o feto chegou em óbito.
"O parto vaginal evoluiu com cabeça derradeira, complicação prevista em apresentações pélvicas, sendo necessário procedimento cirúrgico para resolução. O episódio é uma fatalidade e o hospital e a equipe técnica lamentam não ter tido acesso à paciente num momento mais precoce, o que poderia ter contribuído para um desfecho mais favorável", diz a nota.
Mãe confronta versão do hospital
Tânia confrontou a versão da unidade de saúde e disse que o bebê não chegou morto na unidade. A mãe procurou a Justiça para denunciar o caso.
“O atestado de óbito diz que minha menina nasceu morta, mas eu não acredito nisso. Coração de mãe não se engana. Eu já tenho um filho de quatro anos e sei disso. Na minha casa ninguém quis ver o corpo da minha Rebeca, ninguém quis vê-la naquela situação. Procurei a Polícia Militar e a Defensoria Pública e espero que investiguem isso. A minha filha não volta”, desabafou.