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Canditato a presidente Sebastián Piñera após votar em uma escola pública de Santiago durante 1º turno da eleição no Chile (Foto: Reuters/Ivan Alvarado)
As eleições no Chile, realizadas neste domingo (19), irão a segundo turno. O ex-presidente Sebastián Piñera lidera os votos e deve enfrentar o jornalista e senador governista Alejandro Guillier ou Beatriz Sánchez, que aparecem em segundo e terceiro lugar nos resultados parciais. O segundo turno será no dia 17 de dezembro.
Além de escolher o substituto de Michelle Bachelet na presidência, os chilenos votaram para renovar o Parlamento e conselhos regionais.
Veja resultado parcial com 73,82% das urnas apuradas:
- Sebastián Piñera - 36,66%
- Alejandro Guillier - 22,62%
- Beatriz Sanchez - 20,39%
- José Antonio Kast - 7,87%
- Carolina Goic - 5,91%
- Marco Enriquez-Ominami - 5,66%
- Eduardo Artes Brichetti - 0,51%
- Alejandro Navarro - 0,37%
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Candidato à presidência do Chile Alejandro Guillier vota em Antofagasta, neste domingo (19) (Foto: Francesco Degasperi/APF)
Ônibus incendiado
De acordo com a EFE, o clima de tranquilidade durante a votação foi afetado nas primeiras horas do dia pela queima de dois ônibus, um em Santiago e outro na região da Araucanía, onde também foram incendiados um galpão e um trator e estradas foram bloqueadas com árvores previamente derrubadas que depois foram queimadas, segundo informou o subsecretário do Interior, Mahmoud Aleuy.
O candidato Piñera teve a sede de seu comitê eleitoral ocupada neste domingo por um grupo de jovens de extrema-esquerda que posteriormente foram retirados e detidos pela polícia.
Cerca de 14,3 milhões de chilenos estão aptos a votar nestas eleições. O voto não é obrigatório no país.
Nos últimos anos, casos de financiamento irregular na direita e na esquerda minaram a confiança dos chilenos na política. A situação piorou depois que a nora de Bachelet foi processada por um caso de corrupção.
Legado de Bachelet
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A presidente do Chile, Michelle Bachelet, vota neste domingo (19) em Santiago (Foto: Ximena Navarro / Presidência chilena / via Reuters)
O presidente que assumir em 11 de março o palácio de La Moneda receberá um país com uma economia em alta, impulsionada pelo aumento dos preços do cobre, depois de três anos de queda e que levou o principal produtor mundial do metal a um crescimento médio de 1,8% nos anos de governo Bachelet.
Segundo a Fundação Sol, uma ONG local especializada em estudar a desigualdade, o Chile é um dos países mais desiguais da região: 20% da população concentra 72% da riqueza do país.
A economia e o caso de corrupção que envolveu seu filho e sua nora no princípio do segundo mandato acabaram com a popularidade da presidente, a última representante de uma época dourada para as mulheres no poder na América Latina.
Além de aprovar a união civil, que beneficia casais gays, e o aborto terapêutico, Bachelet impulsionou durante seu governo um plano de reformas, entre elas a grande reforma da educação, que instalou um sistema progressivo de gratuidade no ensino superior. A lei que estabelece a gratuidade universal permanente ainda é discutida no Congresso.
O atual sistema previdenciário, herança da ditadura de Augusto Pinochet, também está em debate. O que rege hoje é um sistema de capitalização absolutamente individual que - quase quatro décadas após sua criação - fornece aposentadorias muito baixas aos aposentados.
Bachelet enviou ao Congresso um projeto de lei que, pela primeira vez, introduz uma contribuição de 5% das empresas. Desta forma, visa aumentar em 20% o montante da aposentadoria, que atualmente representam uma média de 241 mil pesos (cerca de US$ 380).