terça-feira, 14 de novembro de 2017

Cabral dividia propina com deputados estaduais, diz MPF

Cabral dividia propina com deputados estaduais, diz MPF




Picciani foi levado para depor na PF


Picciani foi levado para depor na PF
Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo





A procuradora da República Andréa Bayão Pereira Freire afirmou nesta terça-feira (14) que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral mandava pagar propina a deputados estaduais.



Os valores eram repassados por meio da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro). Segundo as investigações apontaram, em cinco anos, o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani (PMDB), teria recebido R$ 58 milhões.



Já o deputado Paulo Melo teria optido R$ 54,3 milhões por meio do esquema criminoso de Sérgio Cabral no transporte público do Estado.



“Parte [da propina] foi paga a mando de Cabral”, disse a procuradora em coletiva no fim da manhã de hoje.



Segundo Andréa, “havia um projeto de poder de enriquecimento ilícito no Rio” em que faziam parte muitos integrantes do PMDB fluminense, incluindo o ex-governador, que dividia o “proveito criminoso com a Alerj” para ter o apoio político necessário para manter o esquema de corrupção funcionando.






Operação Cadeia Velha



O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e a Polícia Federal deflagraram nesta terça-feira a operação Cadeia Velha. Foram alvos os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB. Eles foram alvos de mandados de condução coercitiva, em que o investigado é obrigado a prestar depoimento.



Além deles, outras dez pessoas também são investigadas. Um dos filhos de Jorge Picciani, Felipe Picciani, foi preso em Minas Gerais



A operação investiga o uso da presidência e outros postos da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.



Entre os presos estão os empresários Lélis Teixeira, Jacob Barata Filho e José Carlos Lavouras, investigados na Operação Ponto Final, além de Jorge Luiz Ribeiro, Carlos Cesar da Costa Pereira e Andreia Cardoso do Nascimento.



A Fetranspor informou que "permanece à disposição das autoridades para  prestar os esclarecimentos necessários às investigações".



O R7 ainda aguarda posicionamento das defesas dos investigados.